2013 chegou, e o primeiro mês do ano já está quase no final. Como o tempo passa rápido! Especialmente quando nos estamos a divertir, que foi o que eu fiz durante duas semanas em Portugal. Ver todos os amigos, comprar livros, música, ver a cidade, andar de transportes públicos. Ai as saudades! Até do friozinho de Inverno - aqui no Brasil está sempre tão húmido e quente...
De volta a casa, estamos na contagem decrescente para o início do ano lectivo. Ainda tenho de comprar material e alguns livros, e sendo este o último ano, só peço para que corra bem! Acabar em alta o ensino médio/secundário, e entrar para a faculdade da minha escolha... seja ela qual for, no curso que for, do qual não tenho ideia nenhuma ainda!
E, como não pode deixar de ser, no início de um ano, revemos o que passou. 2012 foi um ano de mudança drástica. O ano em que deixei para trás tudo e todos aqueles que sempre conheci e vim com esperança de que esta seria uma experiência que me traria boas memórias e uma história para contar. Não sei até que ponto me desiludi, e já desisti da ideia bonita que tinha de arranjar um ou outro amigo/a com quem continuasse a falar quando voltasse para Portugal ou fosse para outro sítio, um contacto que mantivesse aqui deste tempo da minha vida. No entanto, uma coisa que a minha vinda para aqui me trouxe foi a inesperada e muito querida confirmação da amizade de todos aqueles que são mais queridos na minha terra natal. Toda a minha vida me questionei se seria importante na vida daqueles que significam tanto na minha, sem nunca acreditar realmente que eu fizesse uma grande diferença na deles. O meu maior medo quando de lá saí não era se aqui ia conhecer gente nova e fazer amizades, mas se ia ser esquecida pelos amigos que deixava em Portugal. Estava, como (provavelmente) estou mais vezes do que sei, redondamente enganada. Dirigi o meu medo para o lado errado, porque ninguém me deixou mal. E até me safei de alguns problemas lá: coisas que cá também existem, como os grupinhos nas turmas, mas que aqui não me afectam tanto, ou problemas inerentes à crise que Portugal está a passar. Nada me faz mais feliz que ver o esforço que os meus amigos fazem para me verem quando os visito. Nem mesmo a minha professora de violino (com quem ao longo dos anos se forma uma relação de amizade) deixou de querer se encontrar comigo depois de saber que eu estava por Lisboa.
Levei pulseiras do Senhor do Bonfim, onde estive no início de Janeiro, para os meus amigos |
Quanto à escola, correu melhor do que esperava. Se não consegui formar grandes amizades, pelo menos consegui, no final do ano, entrar no coro do colégio e não podia estar mais contente com isso. Posso até ser a mais velha, pode ser um pouco infantil para mim, mas é muito gratificante. É nestas coisas que ponho todo o meu empenho: estou em todos os concertos, sei todas as músicas de cor, participo em todas as actividades de grupo. Faço tudo ao meu alcance para ser útil, e merecer o meu lugar, recente num grupo que já começou nos anos 90 (mas os membros são sempre miúdos abaixo dos 13 normalmente, portanto está sempre a renovar). Eu, com os meus 17 anos, destoo um pouco, mas a minha altura encobre-me (lol). Para lá do coro, consegui ter boas notas e ser a melhor aluna do meu ano. Isso deixa-me feliz, e sinto-me realizada. Além disso, provo que as anedotas e piadas que se contam implicando que os portugueses são burros são falsas (ou pelo menos tento bastante, de modo que ainda não mas dirigiram). Impressionante foi ver quão simpáticos foram os professores. Enquanto os alunos foram crianças super protegidas que não querem formar novas amizades fora do seu círculo fechadíssimo, a grande maioria dos professores preocupou-se em saber se estava tudo bem comigo, se já tinha arranjado amigas ou se percebia tudo o que se dizia nas aulas (porque sabem que alguns termos são bastante diferentes). Com a minha professora na escola de inglês tinha conversas fantásticas, a minha professora do coro dá-me tarefas ou pede-me contactos, e na escola, tive professores para falar sobre livros (para lá da disciplina de Literatura), música, ensino e cultura portuguesa.
O meu desejo para 2013... que tudo corra um bocadinho melhor do quem em 2012 quanto a amizades para mim, e que a escola continue tão bem como está. Para Portugal, espero que a situação melhore, e que os meus amigos, assim como eu, entrem na universidade e no curso que querem, e que até lá, tudo corra pelo melhor na aulas e em família. Desejo o melhor para eles.
Até à próxima,
Mariana