Aproveitando o feriado da Consciência Negra fomos, finalmente, a Minas Gerais visitar Diamantina e Ouro Preto.
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Praça da Matriz, Diamantina |
Diamantina surpreendeu. A vida noturna nas ruas pedestres da cidade e as casas fazendo parecer uma terra portuguesa encantaram-nos. Visitámos o museu do Diamante, na casa do inconfidente Padre Rolim, na qual tivemos direito a tour monitorada, a casa de JK - antigo presidente brasileiro -, a Casa da Glória, antigo colégio e agora parte da UFMG, igreja do Carmo e a casa da Chica da Silva, escrava que casou com comerciante português e se tornou, sem precedentes, numa senhora com fortuna e escravos a seu serviço.
Depois fomos até Ouro Preto, antiga capital do estado de Minas Gerais e rica cidade centro da exploração mineira, e que borbulha hoje à noite com as repúblicas em festa, mas perde para Diamantina por se ter tornado tão turistíca que já não tem o à-vontade da primeira. Destaque vai para as igrejas que preenchem a vila: S. Francisco de Assis (uma das 7 Maravilhas do Mundo de Origem Portuguesa), N. S. do Carmo, e especialmente a de Nossa Senhora do Pilar, a segunda igreja com mais ouro no mundo (depois da do Convento de S. Francisco, em Salvador da Baía). A não perder também o museu da Inconfidência, cujo nome lembra a conspiração elitista mineira que deu errado e resultou na condenação à morte do famoso Tiradentes, hoje herói nacional com direito a feriado. O museu tem algumas salas dedicadas a este movimento separatista, mas no toda tem uma grande coleção artística no andar de cima que acompanha a parte terrestre, que reconta e mostra a história de Ouro Preto, do Brasil e, por acréscimo, da exploração aurífera, desde a fundação de Vila Rica até ao Império Brasileiro.
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Museu da Inconfidência, Ouro Preto |
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Igreja de S. Francisco de Assis, Ouro Preto |
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Vista da Igreja de S. Efigênia a partir da igreja de S. Francisco de Assis, Ouro Preto |
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Interior da Igreja de N. S. do Pilar, Ouro Preto |
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Rua Direita, Ouro Preto |
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Igreja de S. Efigênia, Ouro Preto |
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Ruas de Ouro Preto |
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Largo da Igreja de N. S. do Pilar, Ouro Preto |
A 40 minutos de carro de Ouro Preto pode-se encontrar Mariana, uma vila criada dois anos antes de Vila Rica (Ouro Preto) e, durante esse período, capital de Minas Gerais. Além disso, foi também a primeira vila e cidade do estado. O nome, mais tardio, é do século XVIII, em homenagem à rainha de então, D. Maria Ana de Áustria, esposa do rei D. João V. Curiosa a sua praça principal, com pelourinho, câmara e duas igrejas (invés de apenas uma, como é costume) - a de S. Francisco de Assis e a de N. S. do Carmo, uma para os ricos outro para os menos abastados.
A caminho de Mariana é possível visitar-se a Mina de Passagem, um curto mas interessante passeio a uma antiga mina de ouro.
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Descida à Mina de Passagem, entre Ouro Preto e Mariana |
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Mariana |
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Praça de Minas Gerais, Mariana. À direita da foto, Igreja de Nossa Senhora do Carmo. À esquerda, Igreja do S. Francisco de Assis |
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Casa da Câmara e Cadeia, Praça Minas Gerais, Ouro Preto |
De lembrar a presença do trabalho de Aleijadinho, o escultor barroco com mais destaque do Brasil colonial, cujas obras de maior importância se encontram por várias igrejas do estado. Nesta visita pode-se observar alguns dos seus trabalhos no Museu da Inconfidência, na Igreja da N. S. do Carmo e principalmente na de S. Francisco de Assis, ambas em Ouro Preto, e na de S. Francisco de Assis de Mariana. A sua obra máxima, no entando, é normalmente tida como a do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, onde se encontram o conjunto de 12 estátuas dos apóstulos feitas por ele.
Um passeio a não perder na história colonial brasileira, essencial para quem estude no Brasil mas também para qualquer turista que queira apreciar a riqueza cultural deste país. Ambas as cidades visitadas são Património Histórico e Cultural da Humanidade da UNESCO.
Até à próxima,
Mariana