terça-feira, 19 de junho de 2012

Semana Louca!



É global, é perigosa, e pode provocar depressão e/ou irritação. A semana de provas chegou à Terra. Sim, sim, ao planeta inteiro. Para uns, em Portugal, é semana de exames nacionais: 9º e 11º anos passaram a passada semana mergulhados em livros e agora emergem para fazer o exame que, especialmente no caso do Secundário, lhes pode definir a vida toda. Nada de pressão, portanto.
Eu, com bem menos pressão por parte da escola, mas ainda bastante por parte dos paizinhos, estou em semana de provas. Literalmente. Aqui no Brasil a minha escola tem provas bimestrais (sendo que o ano está definido em quatro bimestres, esta semana doida acontece quatro vezes ao ano, e as provas definem praticamente a nota), durante as quais não há aulas e venho para casa depois de concluída a segunda do dia. Para o 1º e 3º anos do ensino médio - ou seja, 10º e 12º ano (para portugueses entenderem) - as provas vão desta terça à próxima, duas provas por dia. Mas nós, 2º ano, temos mais um dia de provas, só por causa de uma disciplina a mais. Que mártires!

A provas são cansativas, especialmente porque são muitas. Aqui não há áreas, tenho onze disciplinas, algumas com matéria que já dei em Portugal, outras que em Portugal nem são disciplinas. Por não ter aulas torna-se mais fácil. Isso e o intervalo de uma hora entre elas, no qual estudo para a segunda prova que, coitada, é sempre um pouco menosprezada. 
De resto, contagem decrescente porque VOU A PORTUGAL!

As férias de Julho começam no segundo em que acabar todas as provas bimestrais, e assim, vou aproveitar o mês de férias de Inverno (no hemisfério sul) para rever o pessoal, tirar a barriga de misérias no que diz respeito a compras, matar saudades e fazer praia. Vai ser tão bom, mal posso esperar! Por isso, sprint final, que Lisboa espera-me. 


Beijinhos, Mariana

sábado, 9 de junho de 2012

Como fazer amigos no Brasil?


Olá. Desculpem a falta de assiduidade, mas ando sem nada para contar... E é precisamente sobre isso que venho falar.
Quando anunciei a minha vinda para o Brasil, em Portugal todos me disseram que seria fácil adaptar-me, que me receberiam bem e que, ainda por cima com a mesma língua, nos entenderíamos facilmente. Mas não sei se é por estar num sítio à parte do Brasil, se é por os "padrões sociais" serem diferentes (com isto quero dizer a relação entre meninos e meninas, por exemplo), as coisas não estão a ser assim tão fáceis. Quatro meses passados, a caminho de cinco, ainda não me inseri em nenhum grupo de amigos, ainda não me tornei próxima de ninguém nem fui a uma festa muito menos. A minha vida tem sido escola, computador para falar com as pessoas que deixei em Portugal, e cinema com os meus pais - quando saio de casa. O meu pai diz que me estou a viciar no computador, a minha mãe diz que estou estranha, porque já não leio tanto, os professores acham-me tristonha porque não me vêem com companhia. Nenhuma das três opiniões é de estranhar, se bem que eu preferia e esperava uma realidade bem mais aprazível. E divertida. 
Agora com os trabalhos de grupo tenho de falar com os meus colegas, obrigatoriamente. E falar com eles em período extra-aula. Ora isto de trabalhos de grupo já todos sabemos que pode separar amigos - se em Portugal eu já tinha medo que isso acontecesse, imaginem-me aqui. Tenho medo de dar opinião sobre como fazer algo, mas também não consigo estar calada, porque tenho opiniões fortes quanto a trabalhos de grupo e não gosto de o "largar da mão". Claro que me pode ajudar a aproximar de alguns - mas os riscos de zanga são sempre elevados. Não que se zanguem comigo. Segundo pessoas daqui - e já por experiência própria - os brasileiros tendem a "meter para dentro" zangas, e acabam mais por ficar de mal contigo do que a confrontarem-te e mostrarem-te directamente que estão zangados contigo. Ora eu também não sou a pessoa mais frontal e directa do mundo. De todo. Já resolvi uma situação destas com uma conversa, mas é sempre melhor evitar pôr nos meus ombros a responsabilidade de acabar com um "amuo". Até porque eu não preciso mesmo disso...
Outra hipótese para justificar o não-aproximação dos brasileiros é que achem que eu não quero fazer amigos. Lembrei-me disto segundos depois de duas colegas minhas terem, naturalmente e sem eu ter puxado o assunto, perguntado se não era difícil estar afastada das minhas melhores amigas. Claro que a pergunta era retórica, e elas já o disseram expressando apoio pela minha situação. Eu respondi que sim, era difícil, mas que consegui manter contacto com elas pela Internet. Logo depois lembrei-me que talvez deveria ter dito algo que agora ando a moer cá dentro como um discurso não proferido: "Não é por ter melhores amigas em Portugal que não queira fazer amigos cá, que não queira ter amizades a sério aqui também. Quando vim para cá, disse a mim própria que o máximo que podia esperar alcançar era uma amizade real com alguém daqui; uma pessoa com quem, quando fosse embora, continuasse a falar para o resto da minha vida, como me lembrando que esta fase da minha vida não foi em vão e ainda deixou boas memórias.". E eu continuo a pensar assim, e o meu maior objectivo é esse. Não sei se é, então, por acharem que não quero amizades aqui por já as ter em Portugal  que não se aproximam.
O que me têm dito é que, onde estou, as pessoas fazem grupos fechados de amigos - e com esta idade, nesta altura, já é complicado conseguir "furar" a barreira e entrar. Ou seja, eles é que já têm os seus grupos de amigos bem fechados e simplesmente não querem outra pessoa. 
Continuo a achar estranho. Se fosse eu, quereria juntar a estrangeira ao me grupo de amigos o mais rápido possível - antes de outros "a apanhassem" (eu sou um pouco possessiva quando a amizades diz respeito, infelizmente). Mas aqui não aconteceu isso - e claro que me sinto um pouco excluída. Mas se tudo correr bem, e eu tiver paciência, eles vão acabar por me aceitar aqui e, se calhar, incluir-me. Espero sempre pelo melhor...

Até á próxima. Beijinhos,
Mariana