Bom Dia!
Hoje é segunda-feira, e enquanto em Portugal os meus amigos estão na escola eu estou em casa, como tem sido desde quarta-feira devido à enxurrada de feriados e, consequentemente, à semana livre que estamos a ter por aqui. E assim lembrei-me de vos falar hoje disso mesmo: feriados.
Todos sabemos como está Portugal (ignorem o facto de que a etiqueta é Lisboa - neste caso, generalizemos). Medidas de austeridade, troika, vinte outras coisas que eu não percebo tão bem... Este ano, 2012, será o último, até 2018 (por agora), a ter os feriados de 1 de Novembro, 1 de Dezembro, o Corpo de Deus e o 5 de Outubro - dois religiosos e dois civis. Vou deixar desde já claro que não vejo a gigante vantagem que isto vai trazer. Primeiro porque são só 4 dias no ano, depois porque um dia de descanso na semana até ajuda a recuperar o fôlego. Mas, visto daqui, ainda é mais ridículo. Passo a explicar.
Todos sabemos que o Brasil é um país emergente, 6ª ou 5ª (depende do dia em que pesquisarem, está sempre a variar) potência económica mundial. Ora aqui, se um feriado calha a uma quinta ou terça-feira, podem ter a certeza absoluta que se faz ponte, pelo menos para a maioria dos trabalhadores e nas escolas. Ou seja, um feriado implica quatro dias de descanso. Este ano não tivemos nenhum feriado numa quarta, mas o ano passado, quando cá estivemos para preparar a nossa mudança, era feriado nacional na quarta e escolas que visitei - especificamente, aquela em que estou agora - tinham tirado a semana toda de descanso. O feriado da N. S. Aparecida é também o Dia da Criança por aqui, que juntamente com o Dia dos Professores (que quer dizer dia de folga para professores e para nós também) - mesmo num sábado - parece ser motivo para uma semana inteira sem aulas nalgumas escolas.
Por aqui é assim. Todos os feriados aqui que permitem pontes, têm-nas. As estradas entopem de carros - porque nenhuma tem capacidade para tanta gente -, as praias enchem, os hotéis lotam. E continuam a crescer economicamente. Um dia quem se lembrou de tirar os ditos 4 feriados em Portugal há de me explicar exactamente como teve tão brilhante ideia.
Outra coisa que me irrita solenemente é que os feirados retirados, e falando agora mais dos civis, são datas importantes. Não sei quem achou que o 5 de Outubro não era importante, mas é. Alguns dizem que foi o dia do Tratado de Zamora, mas mais concretamente, foi o dia da Implantação da República, e ainda não vi um país republicano que não comemore essa data. Depois o 1º de Dezembro. Eu sei que muitos portugueses não sabem o que aconteceu nesta data, todos os anos jornalistas iam para as ruas fazer a pergunta e eu batia com a cabeça na parede de ouvir tanta estupidez de gente que ou dormiu nas aulas de História ou acha que o seu país é tão inútil e pequeno que não vale a pena saber a sua história. Deixem-se de tretas - O nosso país tem as fronteiras mais antigas da Europa, temos uma história enormíssima, estávamos à frente de todos nos Descobrimentos e só nos deixámos tomar durante 60 anos por outro país, a Espanha, não por falta de força na guerra, mas porque simplesmente não havia herdeiros. Vale a pena saber a História de Portugal. O 1º de Dezembro celebra o fim dessa dependência de 60 anos e também, pelo menos eu assim vejo, a nossa independência tão antiga e constante, não fosse o tal intervalo - curto, se virem a história de outros grandes países europeus.
Tomando isso em conta, e sabendo que em Portugal pontes é coisa que eu nunca fiz, nem os meus pais, e sempre houve escola em dia depois (ou antes) de feriado, fica a comparação. Não acho que trabalhemos pouco... não depois de ver a quantidade LOUCA de feriados (+ pontes) que há por aqui.
De resto, eu vou trabalhar um pouco, preparar-me para os concertos de coro que aí vêm - concertos de Natal, que saudades! -, ler e descansar. Daqui a nada começam as provas finais do ano. Só mais dois dias de aulas depois de regressar à escola na quarta-feira.
Até à próxima,
Beijinhos
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